sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Apesar do bloqueio criativo, cá estou para atender a pedidos de uma amiga.
É com ela que compartilho alguns vícios: ver filmes (mas nossos preferidos nem sempre são os mesmos), ouvir música (nossas bandas favoritas nem sempre coincidem), beber cerveja (aqui há uma unânimidade a duas: bohemia), assistir a séries da warner (as poucas que restaram).
Com ela eu compartilho também momentos, sejam eles alegres, tristes, na saúde, na doença, até que a morte nos separe. Ela viu nascer a minha fama por fazer listas. Não cabe aqui contar o motivo do estrelato, o fato é que o "fazer listas" virou minha marca e ela pediu para que eu fizesse tops alguma coisa nesse post que será o último do ano. Quem sou eu para não atender à pessoa que vai ceder sua televisão por uns oito dias para que eu assista A Favorita, mesmo não gostando de novelas?

Top filmes romance-comédia-drama que assisti em 2008
1. Dois dias em Paris
2. Annie Hall
3. Mais estranho que a ficção
4. Bonecas Russas
5. Alta fidelidade

Top filmes drama que assisti em 2008
1. O escafandro e a borboleta
2. Menina de Ouro
3. Match Point
4. Perfume de Mulher
5. Onde os fracos não têm vez

Top melhores trilhas - aponto músicas, mas a trilha inteira é boa
1. La ley del retiro - Giulia y los Tellarini (Vicky Cristina Barcelona)
2. Sea of love - Cat Power (Juno)
3. Save me - Aimee Mann (Magnólia)
4. Elephant gun - Beirut (Capitu)
5. Ceremony - Joy Division (Maria Antonieta)
6. Whole wide world - Wreckless Eric (Mais estranho que a ficção)
7. Just like honey - Jesus & Mary Chaine (Encontros e desencontros)
8. Built this way - Samantha Ronson (Meninas malvadas)
9. Most of the time - Bob Dylan (Alta fidelidade)
10. Playground Love - Air (Virgens Suicidas)

Top livros lidos em 2008
1. Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu
2. Pergunte ao pó - John Fante
3. A insustentável leveza do ser - Milan Kundera
4. Desonra - J. M. Coetzee
5. Onde andará Dulce Veiga - Caio Fernando Abreu

Top músicas fossa que coloquei no repeat em 2008
1. Metal heart - Cat Power
2. I found a reason - Cat Power
3. Tears dry on their own - Amy Winehouse
4. High and dry - Radiohead
5. Only in dreams - Weezer

Top músicas que me animaram e/ou embalaram minhas faxinas em 2008
1. No one's better sake - Little Joy
2. He war - Cat Power
3. Tear You Apart - She wants revange
4. Shadowplay - The Killers
5. Auf Achse - Franz Ferdinand
6. Ever fallen in love - Nouvelle Vague
7. Burndt Jamb - Weezer
8. Love song - Sara Bareilles
9. Sam's town - The Killers
10. I can't stay - The Killers

Listinha de fim de ano
1. ler mais livros, jornais e revistas
2. emagrecer
3. anotar os filmes que eu assistir
4. não me estressar tanto em trabalhos pra ter amigos até final da faculdade
5. sair mais com o blow e porradinha
6. pensar no meu tcc
7. fazer alguma outra língua e treinar inglês
(essa lista não tem como roubarem)

Quero seu comentário, ranho!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O mundo acontecendo

O partido (PT) deve se preparar para entender a dimensão da crise e agir sobre ela. Estamos diante de algo distinto de tudo o que se viu até hoje em termos de crise capitalista. Só é igual a de 30 na gravidade; e pode ser pior. Em 30 não tivemos uma ruptura de paradigma, exceto para romper o padrão ouro. Mas a indústria era fordista e continuou fordista, durante e depois da crise. Agora, parece que o padrão industrial se esgotou. Pior: ao contrário do mundo que emergiu após 30, não se vê uma força ordenadora capaz de injetar coerência na economia mundial. Ninguém sabe para onde vão os EUA; nem eles. Significa que a desordem pode demorar muito tempo. (Maria da Conceição Tavares - economista)
Íntegra: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15443

Se você é um curioso querendo entender a crise da qual é contemporâneo, segue o link da matéria da Folha, a que considerei a mais esclarecedora:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u458650.shtml

domingo, 21 de dezembro de 2008

Detalhes esquecidos sobre os protestos em Atenas


Recentemente, quando eu e minha família víamos uma notícia que algum cidadão havia sido atingido por bala perdida em um confronto entre policiais e bandidos de uma favela, meu vô logo disse: "Bandido nunca erra o tiro". Eu retruquei: "Nem polícia". Não que eu apoie os coitados-do-morro. Longe disso. Mas sei que a polícia não é nenhuma vítima e como discordar dos parentes é praxe, expus minha opinião.

Bom, aonde eu quero chegar com isso? Apesar dos absurdos que escuto por aqui, este, dito pela minha mãe, eu não posso condenar, pois é compreensível: "Olha só, filha, que absurdo o que os estudantes estão fazendo na Grécia, destruindo tudo, só porque (a polícia) mataram um menino". Esse "só" soou inapropriado, mas acho que entendi o que ela quis dizer: "só" no sentido de quantidade, por achar que não havia um outro motivo para tamanha reação; e não de intensidade, diminuindo a atitude dos policiais. Ou pelo menos espero que tenha sido nesse sentido.

Infelizmente os grandes meios de comunicação deturpam fatos de acordo com seu interesses e ideais da forma que lhes for conveniente. Quando digo que a fala da minha mãe foi compreensível é porque nas matérias da Folha On Line que li, todos os leads apontam a morte do estudante como o motivo do protesto, sendo que na verdade foi o estopim. É como falar que a causa da Primeira Guerra Mundial foi a morte de Francisco Ferdinando.
A fim de diminuir a ação da polícia (e consequentemente do governo), ela enfatiza os estragos feitos por esses jovens vândalos, quando não em suas manchetes, no decorrer de suas matérias, além de ocultar a existência de uma parcela que se manifesta pacificamente.


Foi no site da BBC Brasil que pude ter a dimensão do que está acontecendo no país:


Cerca de 5 mil grevistas realizaram uma marcha no centro de Atenas e realizaram protestos em frente ao Parlamento do país.
A paralisação por melhores salários e pensões estava convocada há algumas semanas, mas os sindicatos rejeitaram um apelo de cancelamento feito pelo primeiro-ministro Costas Karamanlis, diante do ocorrido nos últimos dias.
Os confrontos recentes começaram depois que o adolescente Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, foi morto por um policial, no sábado, em Atenas.


Crise política:

Na terça-feira, após o funeral de Grigoropoulos, centenas de jovens manifestantes se uniram a um protesto pacífico na capital e começaram a jogar pedras e garrafas contra as fileiras da polícia de choque.
A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo.
Desde o sábado, a onda de protestos deixou centenas de prédios depredados e dezenas de pessoas feridas. Os vôos saindo ou chegando a Atenas foram cancelados, e o transporte público foi gravemente afetado.
Também houve protestos violentos em Rodes, Creta, Pireu, Corfu e Salônica.
Os protestos provocados pela morte do jovem levaram a oposição a pedir a antecipação das eleições, dizendo que o governo perdeu a confiança da população e não conseguiu lidar com a crise.
Segundo o correspondente da BBC em Atenas, Malcolm Brabant, esta quarta-feira será o teste decisivo para o governo.
Se a greve transcorrer pacificamente o governo de Karamanlis pode sobreviver.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/12/081210_greciagreveml.shtml


Como pode ser visto, parece que a Folha se esqueceu de comentar detalhes como a insatisfação prévia de parte da população, os esquerdistas, em relação ao governo conservador de Karamanlis - que só acentuou o abismo entre a classe alta e baixa e que não tem mostrado tato com a crise -, como também a manifestação pacífica que ocorre paralelamente à confusão criada por uma parcela de jovens...


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Um post pra ninguém ler

Prestes a começar a postar, me indaguei: "quem - entre as únicas pessoas que lêem e sabem da existência desse blog - vai se interessar por esse post?", e me conformei de estar escrevendo para mim mesmo. Sim, finalmente chegou o dia de falar sobre a novela que acompanho diariamente: A favorita.
Eu que estudo no período noturno consegui a façanha de assistir à novela quase todos os dias graças ao pouco interesse dos meus professores em dar aula e à minha falta de vontade de ir às poucas aulas dadas. Esse foi o impulsionador inicial. Sim, eu poderia estar lendo, me informando, adiantando trabalhos, mas optei pela novela mesmo.

Mas logo vi que ela não era ruim. Só pela abertura e sua música (uma mistura de tango com sei-la-o-que) já se nota um diferencial. A animação conta o passado de Flora e Donatella e resume as questões principais a serem tratadas durante toda a novela; e a trilha casa muito bem com o contexto da trama, sem apelar para nenhum cantor da moda ou letra que acabaria por tornar a animação redundante.

O cerne da novela de João Emanuel Carneiro tinha tudo para ser singular - ou quase tudo. Apesar de soar clichê a temática principal: uma morte, dois suspeitos, quem será?, o autor soube dirigir muito bem o curso de "seu" projeto. Não se sabia quem era a vilã logo de cara, isso se a houvesse. Pelo começo da trama, nem Flora (Patricia Pillar) nem Donatella (Claudia Raia) eram de todo ruins, nem de todo boas, assim como o ser humano. É claro que no final, cada uma ia tender para um lado, mas até aí já tinha considerado o diretor um gênio!

"Um gênio incompreendido!" (exageros a parte) foi o que passou pela minha cabeça após a audiência despencar. Embora tenha visto uma entrevista em que João Emanuel Carneiro admita que sua intenção era essa mesma, apontar uma (no caso Flora) como vilã clássica, nada me tira sua aura. Seria ingenuidade pensar que o autor diria o contrário em pleno andamento de novela (e de contrato): "Não, minha intenção era fazer diferente, no entanto, trabalho para Globo, aí sabe como é né, tive que me submeter às leis do mercado". Seria corajoso, mas não inteligente da parte dele.

Vendo-se numa situação sem saída ao perceber que o projeto não era tão seu, o autor teve de mudar o roteiro e desvendar a assassina de Marcelo no início mesmo. O ato soou como um apelo desesperado: "por favor, assistam à novela!" . Mariana Ximenes (intérprete de Lara) foi até chamada no Faustão para falar sobre a ousadia do diretor ao revelar tão cedo o mistério que movia toda a novela. Até o dia exato foi citado: uma terça feira. Tudo para instigar o público a assistir ao programa.

A novela caiu na mesmice e com ela nasceu o esterótipo da vilã Flora e a atuação lamentável de Patricia Pillar. Nessa Flora-super-má não havia nada de espontâneo. A atriz era tão forçada que me lembro claramente de seu tom ao dizer "aqueles velhos" e "a insuportável da Lara". Sua atuação beirava o ridículo. Mas sei que minha opinião é minoria e que Patricia Pillar tem sido aclamada pelo público e pela crítica. Reconheço que houve melhoras, mas isso não muda minha constatação inicial. E por isso quis me matar (sim, eu banalizo meu suicídio) quando soube que a atriz havia vencido o prêmio de personalidade do ano. Mas ok, não há credibilidade nesse prêmio mesmo.

The oscar goes to Jackson Antunes e Lilia Cabral, que vivem Leo e Catarina (foto ao lado). O intérprete de Leo está sensacional. A atuação de Jackson Antunes é a que provoca mais raiva, nojo e indignação em toda a novela, mesmo havendo personagens polêmicos como a própria Flora, Silveirinha (seu cúmplice e companheiro), Romildo Rosa (o político corrupto) e Dedina (a esposa adúltera). Parabenizo-o também por conseguir se passar por bêbado cerca de 95% das cenas - o que não deve ser nada fácil. Sua esposa Catarina (ex esposa desde o capítulo de hoje) na novela não merece menos atenção. Lilia Cabral soube fazer a mulher submissa como ninguém e está excepcional como a mulher que se rebela aos poucos. A atriz tem feito de seu papel, uma inspiração não só para as mulheres oprimidas pelos seus maridos, como para qualquer uma que anseie por mudanças em suas vidas.

O quadrado amoroso que mais me irrita é Gonçalo (Mauro Mendonça) casado com Irene (Glória Menezes) que viveu um grande romance com Copola (Tarcísio Meira) que é casado com Iolanda (Suzana Faini). Atualmente, esse quadrado se desfez: Gonçalo morreu, Iolanda e Copola se separaram, enfim o casal Irene-Copola não tem mais nenhum impedimento para serem felizes para sempre. Eu sempre fui a favor de Gonçalo e Iolanda que depois de casarem com Irene e Copola tiveram de conviver com os desabafos de seus companheiros: "Eu escolhi você, o que mais você quer de mim?", como se eles tivessem que se dar por satisfeitos só pelo fato de terem sido escolhidos e por isso, não tinham o direito de reclamar algo a mais, tipo o amor.
Aí tem aqueles que dizem "Ah, mas eles sabiam que não eram amados e escolheram viver assim". No entanto, Irene e Copola assumiram um compromisso espontaneamente e isso pressupõe amor e seus derivados. Se isso não houver, o mínimo que se pede é o respeito para com seus companheiros. Copola e Irene são desrespeitosos, uma vez que não fazem questão de esconder de seus companheiros suas frustrações por não estarem juntos, como se o casamento fosse um fardo em suas vidas. Esse romantismo barato de nunca-deixamos-de-nos-amar-mesmo-depois-de-50-anos-separados não me convence. Mas o público quer, o público manda, e a trama foi direcionada para que os personagens de Glória Menezes e Tarcísio Meira terminem juntos (eu vou continuar a torcer até o final para que não!).
Apesar de se merecerem, eu não quero que sejam felizes. Irene é ridícula de tão ingênua. É ela que tem feito Flora ascender. E Copola apesar de sua fama de compreensível, dono de sábias palavras, ele quase nunca foge de lugares comuns como "A vida é curta, temos que viver o melhor que podemos" (capítulo de hoje). Se foge, é para aconselhar alguém a fazer alguma cagada na sua vida, como quando pediu a sua filha Lorena que perdoasse o marido Átila que não só a traiu com sua irmã Cida como anos depois ainda a assediava.

O que não dá pra entender é o personagem de Iran Malfitano, Orlandinho, que está deixando de ser gay, explicitado em uns ataques de masculinidade como "Maria do céu, pega minha cerveja" e um tapinha em sua bunda. A conclusão que chego é que não sabem o que fazer com Maria do Céu (Deborah Secco). Ela é/era apaixonada por Cassiano (Thiago Rodrigues) que reatou o namoro com Lara. Pelo jeito, a audiência quer que Lara termine a novela com Cassiano e não com Halley (ótima forma - em todos os sentidos - de Cauã Reymond). Dessa forma, a personagem de Deborah Secco, que não pode ficar sozinha, vem demonstrando certo interesse pelo seu marido quando confessa à Greice sua irmã que queria que seu casamento de mentira desse certo.

A Favorita, apesar de ter sido inteiramente modificada o que resultou em muitas lacunas no decorrer da trama, ainda é a melhor opção de novelas da programação noturna da Globo. Negócio da China é tão insuportável que não consigo deixar a tv ligada nem enquanto lavo a louça. Nada salva. Se A Favorita chama a atenção pela excepcional abertura, a da novela das 18h deve repelir de tão chata. O que dizer de uma música que possui um verso "Chinês come somente uma vez por mês"? A pressão caía toda em cima da estreante Grazi Massafera como protagonista, no entanto, a atuação da atriz (que não tem sido tão ruim, embora não se possa elogiar também) é o menor dos problemas perto do ridículo roteiro de Miguel Falabella. Nem a péssima trupe de atores, nem a saída de Fábio Assunção e nem a entrada de Thiago Lacerda vai piorar ou melhorar o que já nasceu podre. Não acompanho Três Irmãs, mas pelo pouco que vi, ela segue a tradição das novelas das 19h: um tema bobo, um ambiente mais descontraído, contando com as atrizes e os atores mais bonitos, independente de sua qualificação. A novela de João Emanuel Carneiro continua sendo um diferencial num ambiente em que seus concorrentes (não diretos) são tão ínfimos.



Ao som de: With strangers - Little Joy

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Passeando



Pelé.Net - O que achou de o Kléber assumir o seu papel de xodó da torcida?
Valdivia - O torcedor palmeirense gosta de jogador lutador. Além de ter qualidade, o Kléber tem muita raça, luta pra caramba e joga muito. Por isso o torcedor se identificou com ele. Ele é o que mais lutava, tomava porrada, e o tribunal ainda ficava no pescoço dele tentando suspendê-lo. Fico feliz de saber que o torcedor gosta dele. E tem o Marcão também, mas esse nem precisa falar pela história que tem no clube. É um ídolo.

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"Day & Age", o terceiro álbum do The Killers, teve a capa mais votada na eleição da revista "Rolling Stone"; o disco do quarteto de Las Vegas foi lançado em novembro e alcançou o primeiro lugar também na lista de mais vendidos na parada britânica.

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Vicky Cristina Barcelona é indicado a 4 categorias do Globo de Ouro: Melhor filme de comédia ou musical, melhor atriz comédia ou musical (Rebecca Hall), melhor ator comédia ou musical (Javier Bardem) e melhor atriz coadjuvante (Penélope Cruz).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"Barcelona, te estás equivocando"



Vicky Cristina Barcelona. Diretor: Woody Allen. Elenco: Rebeca Hall (Vicky), Scarlett Johansson (Cristina), Javier Bardem (Juan Antonio), Penélope Cruz (Maria Elena)
Me lembro bem quando vi pela primeira vez o cartaz (lindo, por sinal) do novo filme do Woody Allen, Vicky Cristina Barcelona, no cinema da minha cidade2. Desde então ansiava pela estréia. Na madrugada de quinta para sexta, descobri que finalmente o filme estava em exibição.
Na sexta mesmo fui ao cinema. A sala não estava lotada, predominavam pessoas com mais de 50 anos, e me perguntei "será que eles estão aqui por serem contemporâneos dos tempos áureos do Woodyzinho?", mas não cheguei a nenhuma conclusão. Havia também um menino de uns 15 anos. O que o motivou a estar ali era mais fácil de presumir, pensei eu: o beijo entre as musas Scarlett Johansson e Penélope Cruz.
Na manhã de sexta eu li no jornal uma matéria de Luiz Carlos Merten sobre a obra de Allen. Algumas de suas afirmações me fizeram duvidar. Mas foi só depois de assistir que pude comprovar certas constatações mal fundamentadas.
Já no segundo parágrafo, LCM solta "A Barcelona de Woody Allen é 100% turística. Vai decepcionar-se quem esperar dele algo além das paisagens de cartão-postal mais conhecidas da cidade". O pano de fundo não é apenas os pontos turísticos de Barcelona - bastante visitados por Vick que vai à Espanha com a intenção de saber mais sobre a cultura catalã - mas também o cotidiano da cidade, com a arquitetura de suas casas, o planejamento de suas ruas, sua infra estrutura sem grandes requintes. O comentário de LCM foi imprudente também pelo fato de que Barcelona não foi a única cidade a ser visitada pelos espectadores. Logo no começo, Juan Antonio convida Cristina e Vicky a viajarem com ele para Oviedo. Não sei quanto a vocês, mas Oviedo nunca foi uma referência óbvia quando se fala em Espanha. "Espanha? Hum vamos passar em Oviedo, a capital do Principado das Astúrias?".
Depois disso, LCM reserva bons parágrafos para se mostrar incrivelmente culto comparando o filme com o cinema de Truffaut. Não duvido que haja essa interligação, já que em outros filmes Woody citou e fez referências a outros diretores, como Bergman. Eu não tenho cacife para analisar se ele falou alguma bobagem, pois assisti a uns três filmes de Truffaut. Mas não me surpreenderia se houvesse alguns equívocos.
Achismos a parte, vamos à besteira seguinte. "Mesmo nos filmes em que não aparece como ator, Woody Allen sempre dá um jeito de se espelhar nos personagens em cena. (...) Aqui é até difícil saber em quem ele se projeta mais, mas muito provavelmente é em Scarlett, cuja personalidade parece a versão feminina dos neuróticos anônimos celebrizados pelo ator e diretor". Eu não sei em que aspecto ele quis fazer essa comparação infeliz com Cristina. Se ele se refere à falta de clareza sobre os próprios sentimentos, característica marcante dos personagens interpretados por Allen, ele deveria atribuir o crédito aos quatro protagonistas que, cada um a sua maneira, passam por muitas dúvidas e quase nenhuma certeza em relação às suas emoções. LCM não pode comparar qualquer neurótico com os alter ego de Woody. Inclusive eu não consigo identificar em Vicky, Cristina, Juan Antonio ou Maria Elena a reunião dos traços marcantes que dão a identidade dos personagens representados pelo diretor de Annie Hall. Acredito que qualquer comparação soaria forçada e superficial como a de LCM; ou seria profunda demais embasada numa análise minuciosa com argumentos coerentes, aí é outro caso.
Em um trecho, LCM afirma que Juan Antonio trocou Cristina pela Vick. Mais um equívoco, uma vez que Cristina adoece e o que acontece depois não foi premeditado. Foi mais uma ausência da Cristina do que uma troca de Juan Antonio.
Sem falar na construção mal feita de uma frase, no jogo de palavras sem sentido e num final clichê, para não falar brega: "... mas talvez seja prova de que ele compreendeu que corria o risco de se acomodar (Match Point foi só um intervalo) e está disposto a recomeçar, sem medo de arriscar (e até errar)".


Vicky Cristina Barcelona é um filme bom, mas eu esperava mais. Não que ele não seja agradável, mas faltaram as sacadas inteligentes de Woody. O narrador em off é excessivo. Algumas interpretações que cabiam ao espectador foi explicitada por ele. A expressão do ator já seria suficiente em algumas ocasiões, tornando a narração redundante.
Mas há também aspectos muito bons. A trilha sonora além de condizente e complementadora, é maravilhosa mesmo fora do filme. Outro acerto de Woody foi escalar Penélope Cruz. Não tem como falar do filme sem enfatizar sua atuação. A atriz rouba todas as cenas. Dona das falas mais allenianas, é ela que se sobressai. O filme fica muito mais interessante quando Maria Elena aparece com seus excessos e manias. Embora haja uma ótima sincronia entre os quatro, é ela que merece maior reconhecimento.



Para concluir esse post enorme, vou colocar um trechinho da entrevista que Woody Allen deu a Reuters



Você se vê como alguém que tem sonhos não realizados?

Com certeza tenho algumas coisas que lamento em minha vida. Tive a sorte de entrar em um relacionamento melhor -- o melhor de minha vida -- já com alguma idade. (Em 1997, Woody Allen se casou com Soon-Yi Previn, filha de Andre Previn e da atriz Mia Farrow, que tinha sido sua companheira havia muitos anos.)
Mas toda a fase anterior de minha vida foi brutal. Passei de um relacionamento que não funcionou para um casamento que não funcionou, para outro relacionamento que não funcionou e para outro casamento que não deu certo. Finalmente, sem qualquer planejamento de minha parte e pelo mais puro acaso -- o acaso mais inesperado --, me vi em um relacionamento com a pessoa mais improvável, e ele vem dando muito, muito certo para mim.

E você foi muito criticado por isso.

O público não tem relação alguma com minha vida. Não devo nada ao público por minha vida pessoal. Quem são as pessoas para me criticarem por minha vida pessoal? Seria como se eu fosse a suas casas e lhes falasse minha opinião sobre seu casamento ou sobre como elas criam seus filhos. Elas não têm interesse na minha vida e eu não tenho interesse nas vidas delas.

A recepção dada a "Vicky Cristina Barcelona" vem sendo boa. Isso deve ser gratificante.

Se você não tivesse mencionado isso agora, eu nem ficaria sabendo. Terminei este filme há vários meses, e, quando termino um filme, não sinto mais o menor interesse nele. Já recebi ótimas críticas de filmes que não ganharam um dólar nas bilheterias. Recebi críticas negativas de outros, e isso nunca significou nada. O fato de lhe chamarem de grande não faz você ser grande, e o fato de dizerem que um trabalho é terrível não o torna terrível.
Eu me lembro de, anos atrás, voltar para casa depois de ter um grande triunfo com "A Última Noite de Boris Grushenko" ("Love and Death") e, mesmo assim, a garota do apartamento em frente não quis sair comigo. Eu estava em casa, sozinho, comendo comida chinesa diretamente da embalagem, sem nada a fazer exceto assistir à televisão. O sucesso nunca significa nada.


Na íntegra:
http://diversao.uol.com.br/ultnot/reuters/2008/08/15/ult26u26797.jhtm

Ao som de: Little by little - Oasis

Now we'll parade around without game plans, obligations or alarm

Depois de algumas semanas fazendo trabalhos - leia-se discutindo, brigando, me estressando, rompendo amizades e namoro, retomando-os - fico feliz em saber que posso fazer qualquer coisa (e muito provavelmente nada) com meu tempo inútil.
Postei o editorial com a intenção de sumir com o post antecessor. Sempre me sinto ridícula quando torno meus desabafos público. Fico tão contente com minhas constatações que sinto vontade de compartilhar, de escrever pra não esquecer. Da próxima vez escrevo numa folha próxima, ligo pra alguém.
Esse post que marca o começo das minhas férias não vai ser elaborado nem gigante nem nada. Ainda pretendo escrever sobre a novela A Favorita (esse sim requer muita dedicação - e falo sério), mas não hoje.
Estava reparando que a grande maioria dos meus posts falam sobre música. E o interessante é que meu conhecimento sobre o assunto é limitadíssimo. Acredito ser impossível, no meu caso, identificar nas minhas bandas preferidas influências de bandas norueguesas da década de 70, e/ou classificar se o tipo de rock é indie, progressivo, punk.
Mas mesmo assim eu teimo. E tem-se aqui mais um post sobre música - que audácia.

Baixei o novo cd do The Killers, Day and Age. Quando ouvi pela primeira vez, apenas uma das dez músicas que compõe o cd chamou a minha atenção: I can't stay. O motivo é bastante óbvio: a música é a menos killers que eu já ouvi nesses quatro álbuns. Com certeza, se ela estivesse tocando em algum lugar e alguém falasse que era deles, eu ia duvidar (e rir). Como já disse, eu não sei classificar músicas, então aqui vai uma tentativa que tem grandes chances de ser frustrada: ela tem uma batida leve, dá vontade de sair dançando, e eu seria muito grata se alguém a ouvisse pra me dar uma definição satisfatória. Ela me lembra algo meio country, meio samba, meio pop - rock eu sei que não é. E imagino que ela vá ser alvo de fãs bitolados que vão falar "Creeedo, cadê a guitarra distorcida?". Eu como não me importo com rótulos nem acho que uma banda deve seguir um estilo único o tempo todo, adorei a música.
Ouvindo o cd pela segunda, terceira vez, gostei de Losing Touch que abre o disco. A segunda, Human, começa num estilo baladinha que não curti muito não. Quando reparei em This is your life não gostei dos 'o-o-e-o' presentes em boa parte do tempo, mas ela é legal!
Como deu pra perceber, me limito a dizer "ah essa música é legal, dessa eu gostei" simplesmente por não saber os motivos pelos quais elas me agradam. Eu gosto porque gosto e ponto. Não consigo explicar mais que isso.
Considerando a discografia inteira, eu ainda prefiro o Hot Fuss (2004), embora curta muito Sawdust (2007) e sem desconsiderar as maravilhosas Read my mind, My list e For reasons unknown do Sam's Town (2006).
Dessa vez não só recomendo, como peço: por favor, ouçam. Anseio por definições decentes sobre I can't stay e por opiniões sobre o álbum como um todo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Eu que controlo meu guidon



Não há necessidade de gancho quando o assunto é Los Hermanos. A banda que marcou o cenário musical brasileiro é sempre pauta seja na mídia alternativa, na conversa entre amigos ou na memória de seus fãs. A curta carreira de uma década parece não condizer com a biografia, que é recheada de desventuras e enternecimentos, em menor e maior grau nessa ordem.
O nome resume a história do grupo. Além da paixão pela música, a amizade também foi o que motivou os cinco cariocas a se empenharem para lançar o primeiro disco, e foi pela falta dela que a banda prosseguiu com apenas quatro. Em 2007, ao anunciar uma pausa por tempo indeterminado, o motivo alegado foi a falta de tempo para investir em projetos paralelos. Nas entrelinhas, o recesso serviu também para evitar conflitos que afetariam a parceria que durante dez anos funcionou muito bem.
Despretensiosos, os Caras Estranhos buscavam fazer músicas boas, com sinceridade, sem intenção de dominar o mercado. Simples é a definição que Marcelo Camelo acredita ser a mais adequada para a banda. O cineasta conterrâneo Walter Lima Jr afirma que “simples é a única coisa que poderia ser, é o irredutível”. Los Hermanos, dono de uma história singular, controlou seu guidon, foi exatamente o que escolheu ser e aceitou a condição.
O sucesso do megahit Anna Julia não subiu a cabeça dos barbudos. Por ser inadmissível abandonar suas convicções, Marcelo Camelo acredita que não foi coragem que eles tiveram para peitar a Abril Music, o que eles não tiveram foi opção. Refazer o disco para obedecer às leis do mainstream estava fora de cogitação.
Los Hermanos beirou o esquecimento após o lançamento de seu segundo álbum, Bloco do eu sozinho. Sem o apoio da gravadora, a promoção se dava em pequenos shows, no boca-a-boca ou pelo site oficial do grupo. Apesar das adversidades, foi o Bloco que deu prestígio à banda e redefiniu seu público, que se tornou mais qualitativo do que quantitativo. Os três discos pós-Anna Julia consolidaram o grupo e suscitaram afirmações como “a banda mais inovadora desde Mutantes”.
Em um ambiente musical permeado de skatistas, apologistas das drogas, donos de refrões grudentos e letras infantis, Los Hermanos podia ser visto como sinônimo de esperança na música brasileira ou como uma banda que destoava do contexto por soar diferente de todas as outras. Não havia meio termo entre o público que ou se encantava e se envolvia com a perfeita combinação entre letra e melodia ou achava tudo morno demais, estranho demais.
A banda que se renova a cada cd não se enquadra em nenhum estilo predeterminado a não ser no seu próprio. Segundo Nelson Motta, “da bossa nova pra cá tem tudo no Los Hermanos”. O caráter tão multifacetado da banda pode ser vinculado à falta de gostos comuns entre os integrantes. Essa divergência é visível no último cd, 4, composto por sete músicas de Camelo e cinco de Amarante que se polarizam, o primeiro rumando à MPB e o segundo ao pop rock. Seria um sinal do que estava por vir?
Mudam-se os tons. A banda que mudou a música brasileira, agora muda o próprio tom. Nada mais condizente com Los Hermanos que abandonar temporariamente sua carreira no auge do sucesso, deixando a cena com um grand finale. Embora haja tantas incertezas sobre o futuro do grupo, os versos de Camelo e Amarante sabiamente já diziam: “Deixa ser/como será/tudo posto em seu lugar”.



Esse é o editorial que escrevi para o suplemento sobre Los Hermanos que eu e mais 4 amigos fizemos. A foto é a capa que infelizmente não foi a oficial.



Ao som de: Who knows where the time goes by Cat Power

sábado, 8 de novembro de 2008

Designando valor as coisas


Ontem assisti a "Uma mente brilhante" (2001), que conta a história parcial e adaptada do matemático esquizofrênico John Nash que chegou a ganhar o prêmio nobel de economia em 1994 graças a sua genialidade. Para mim, o filme é muito mais do que isso. Trata-se de um filme que fala sobre o amor. Um amor capaz de fazer do impossível, possível, que dá forças, esperanças.
Você pensa: clichê, clichê, clichê. Parece, eu sei, mas o contexto mostra a difícil realidade dessa aparente obviedade.
O brilhantismo não é exclusivo de John Nash. Alicia Nash, sua esposa, é o alicerce para que John tenha chegado aonde chegou. Sem ela, sua história com certeza seria diferente.

Discurso de Nash ao receber o prêmio nobel:
"Quem decide a razão? Minha procura me levou através do físico, do metafísico, do ilusório e de volta, a fazer a descoberta mais importante da minha carreira, a descoberta mais importante da minha vida: é somente nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada. Só estou aqui esta noite por sua causa. Você é a razão de eu existir. Você é todas as minhas razões."

No começo do filme, Nash, acompanhado de seu professor, presencia uma cena comovente de um doutor recebendo canetas de seus admiradores. O professor pergunta o que ele vê. John diz "reconhecimento". O professor fala que ele não estava enxergando direito, que aquilo era realização. No final do filme, John é surpreendido com a mesma homenagem que havia assistido há anos. Fica claro então o que o professor quis dizer. Reconhecimento é esperado, almejado, massageia o ego. Realização é muito mais, é como se você acertasse as contas consigo mesmo, é auto satisfação. Reconhecimento é o exterior, realização, o interior.

"Acredito em designar valor às coisas" - John Nash.
Me lembrei desse trecho quando estava lendo uma matéria intitulada "A liberdade de ver os outros" publicada na revista Piauí deste mês. A intenção inicial deste post (além de enrolar a produção de um trabalho) era comentar apenas o texto, mas gostei tanto do filme que resolvi me aproveitar dessa interligação.

A revista publicou integralmente um discurso de 3 anos atrás que David Foster Wallace fez como paraninfo dos formandos do Kenyon College. Depois de lê-lo, quis saber quem era ele: um romancista, contista e ensaísta norte americano que publicou em 96 seu livro de maior aclamação, Infinite Jest, com cerca de mil páginas. Até onde procurei, não encontrei seus livros traduzidos.
Qualquer coisa que eu escreva jamais chegaria perto do que David quis dizer, então nada melhor que reproduzir parte de seu discurso:
"Boa parte das certezas que carrego comigo acabam se revelando totalmente equivocadas e ilusórias. Vou dar como exemplo uma de minhas convicções automáticas: tudo à minha volta respalda a crença profunda de que eu sou o centro absoluto do universo, de que sou a pessoa mais real, mais vital e essencial a viver hoje. Raramente mencionamos esse egocentrismo natural e básico, pois parece socialmente repulsivo, mas no fundo ele é familiar a todos nós. Ele faz parte de nossa configuração padrão, vem impresso em nossos circuitos ao nascermos."

"Acredito que a essência de uma educação na área de humanas, eliminadas todas as bobagens e patacoadas que vêm junto, deveria contemplar o seguinte ensinamento: como percorrer uma confortável vida adulta sem já estar morto, inconsciente, escravizado pela nossa configuração padrão - a de sermos singularmente, completamente, imperialmente sós."

"A única coisa verdadeira, com V maiúsculo, é que vocês precisam decidir conscientemente o que, na vida, tem significado e o que não tem. (...) Todo mundo venera. A única opção que temos é decidir o que venerar. E o motivo para escolhermos algum tipo de Deus ou ente espiritual para venerar - seja Jesus Cristo, Alá ou Jeová, ou algum conjunto inviolável de princípios éticos - é que todo outro objeto de veneração te engolirá vivo. (...) O insidioso dessas formas de veneração (dinheiro, beleza, poder) não está em serem pecaminosas - e sim, em serem inconscientes."

"O mundo jamais o desencorajará de operar na configuração padrão porque o mundo dos homens, do dinheiro e do poder segue sua marcha alimentado pelo medo, pelo desprezo e pela veneração que cada um faz de si mesmo. A nossa cultura consegue canalizar essas forças de modo a produzir riqueza, conforto e liberdade pessoal. Ela nos dá a liberdade de sermos senhores de minúsculos reinados individuais, do tamanho de nossas caveiras, onde reinamos sozinhos."

"A liberdade verdadeira envolve atenção, consciência, disciplina, esforço e capacidade de efetivamente se importar com os outros - no cotidiano, de forma trivial, talvez medíocre, e certamente pouco excitante. Essa é a liberdade real."

"A verdade com V maiúsculo diz respeito à vida antes da morte. Diz respeito a chegar aos 30 anos, ou talvez aos 50, sem querer dar um tiro na própria cabeça. Diz respeito à consciência - consciência de que o real e o essencial estão escondidos na obviedade ao nosso redor."

Ironicamente, David se suicidou mês passado, aos 46 anos, enforcando-se.

Ao som de: Cast no shadow - Oasis

terça-feira, 4 de novembro de 2008

"Futebol é um esporte de contato, não é ballet"


Meigo meu menino, né? haha
Quem acompanhou a F1 e depois viu o jogo entre Palmeiras e Santos deve ter tido surtos.
Felipe Massa perdeu o título na última volta. Meu amigo aposta que a corrida foi comprada. Eu não gosto nem acredito em teorias da conspiração. Acredito que tenha sido uma infelicidade do meu muso da língua presa, já que a vitória não dependia somente dele, e ele fez a parte que lhe cabia.
Felizmente, meu time ganhou e está em segundo no campeonato Brasileiro. Apesar de ter sido um jogo sofrido, o Palmeiras conseguiu o desempate nos acréscimos do segundo tempo, com um gol do iluminado - como ele se auto denominou - Leo Lima.
Enfim, quem passou o domingo deitado no sofá vendo tv aproveitou muito mais do que quem optou por um churrasco - que foi regado à Nova Schin, tempo ruim e dança da cadeira (pois é, teve até isso, uau!).
Apesar de nunca ter acompanhado muito os jogos, eu sempre gostei de futebol. Desde que nasci sou palmeirense, mas esse ano minha torcida foi aguçada devido a alguns motivos como: namoro um são paulino insuportavelmente fanático; meu melhor amigo se não se iguala, o supera; passei a morar com uma palmeirense (que talvez entenda e acompanhe até menos do que eu, mas enfim, somos duas palmeirenses morando juntas com um pôster do Palmeiras na sala); e minha prima palmeirense (essa entende) veio morar na mesma cidade que eu! Agora somos praticamente uma torcida organizada haha.
A vantagem de namorar um cara que ama tanto futebol é que tenho aprendido muito. Finalmente entendi (ou pelo menos parcialmente) o que é impedimento, descobri que o time que aparece ao lado esquerdo do marcador de gols é o dono da casa, me surpreendi ao saber que em campeonato de pontos corridos não tem um jogo final entre os primeiros colocados e foi graças a ele que encontrei meu muso: Stancioiu - goleiro de algum time romeno (saber em qual ele joga já seria demais, convenhamos haha).

Ao som de: Naked if I want to - Cat Power

domingo, 2 de novembro de 2008

Para abrir os olhos

Não faz muito tempo que vi o clipe "Semáforo" da banda cuiabana Vanguart. Confesso que o single, embora tenha feito muito sucesso no cenário alternativo, não despertou muito meu interesse. Foi a música "Cachaça", disponível para áudio no myspace da banda, que chamou minha atenção. O grupo de Mato Grosso surgiu em 2002 e é composto por Hélio Flanders (voz e violão), David Dafre (guitarra e voz), Reginaldo Lincoln (baixo e voz), Luiz Lazarotto (teclados) e Douglas Godoy (bateria). O primeiro álbum, homônimo a banda, foi lançado em 2007 e é constituido por músicas em português, espanhol e inglês. Esse ano, Vanguart foi indicado à categoria de banda revelação no VMB, mas perdeu pro Strike. Pois é.
Hoje, eles estão aqui em Bauru tocando de graça no sesc. E eu não fui. Não lamento tanto ter perdido o show porque ainda estou conhecendo o som deles, mas foi a minha "não ida" que me motivou a postar aqui.

Cachaça - Vanguart
E só me vem quando não há certeza
Me desconjuros pra apagar a beleza
Da incertidumbre das mesmas mãos que as suas

E me atinge da melhor maneira
Como cânhamo ou cachaça certeira
Pra antecipar a quarta-feira

Eu vou sair,
Talvez te encontrar
São cinco e meia da manhã
E cadê?

Você sorri movendo quase nada
E antecipa a velha longa estrada
E os teus galhos vão me arborizando nu

Ainda teimo que não sou pra isso
Mas seus olhos gostam de correr o risco
E quero estar só, comigo

Eu vou sair,
Talvez te encontrar
São cinco e meia da manhã

Eu vou sair,
Pra não te encontrar
São cinco e meia da manhã.

Ao som de: Antes que eu me esqueça - Vanguart

http://www.myspace.com/vanguart

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Pequena alegria


As músicas do trio Little Joy composto pelo ex hermano Amarante, pelo baterista dos Strokes Fabrizio Moretti e sua namorada Binki Shapiro já vazaram na internet. Antes do vazamento, eles já haviam liberado três faixas no myspace - "No One's Better Sake", "Brand New Start" e "With Strangers" - só pra deixar todo mundo na vontade! Talvez eu acabe desmoralizando o som da banda, mas achei tão meigo! Dá vontade de apertar e fazer cuti cuti haha. E a voz da Binki na música Unattainable? Tão fofa! Aliás, como é árdua a tarefa de escolher umas poucas e chamá-las de minhas-músicas-preferidas. Mas se for pra apontar duas cito Unattainable e Shoulder to shoulder.
Deixo aí minha recomendação!
E falando em Amarante, hoje no ônibus uma menina que fez algumas aulas comigo na facu me contou que foi num show do Los Hermanos e na volta ela e mais alguns amigos não couberam no carro e tiveram que voltar a pé. Imagina a alegria deles quando no caminho se depararam com o ônibus dos caras parado e com um ser andando de skate: o Amarante! Bem que dizem que pra ser um bom jornalista tem que se contar muito com a sorte também. Apesar de que a reação dela (assim como seria a minha) não foi fazer nenhuma pergunta inteligente bem elaborada, só ficou eufórica, pediu uns autografos, tirou umas fotos e foi embora!

ao som de: keep me in mind - little joy (ótima também aiai)