sábado, 23 de janeiro de 2010

E nem estou sendo paga por isso...

hehehe

mais Cantautores...

Miro em preto e branco a minha cara
E meu espanto se resvala
Por entre as frestas destes olhos meus
Amo terrivelmente a minha sina
E nessa rua em cada esquina
Há uma garganta a me chamar assim...

Cante o irreparável dos contextos
Alise os meus cabelos crespos
Quem sabe assim eu possa então sorrir
Canto, e o preto e branco se transforma
Vai sustenindo dentro d'alma
E colorindo se sorri pra mim

Só se você sorrir pra mim
Até você sorrir pra mim

Preto e branco - Cantautores de Ilhona

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Fim de semana de shows!

Os cuiabanos do Macaco Bong foram os escolhidos para abrir o Festival Alto Verão em São Paulo que acontece no Auditório Ibirapuera (Niemeyer, muito obrigada!). O trio instrumental que conta com Bruno Kayapy na guitarra, Yaniã Benthroldo na bateria e Ney Hugo no baixo dividiu o palco com [hehe licença para o copia e cola]: Vitor Araujo (piano, escaleta e metalofone), Siba (rabeca), Jack, da Porcas Borboleras (percussão), e quatro integrantes do Móveis Coloniais de Acaju: Esdras Nogueira (sax barítono), Beto Meija (flauta), Alexandre Bursztyn (trombone) e Paulo Rogério Santos (sax alto). E como foram felizes na seleção! A parceria funcionou perfeitamente dando uma cara nova às músicas do primeiro disco da banda, Artista Igual Pedreiro (2008). Para quem já curtia o som do Macaco Bong, o show foi um puta presente; para quem não conhecia ou não é muito chegado em banda instrumental \o, a apresentação foi surpreendente. Embora o público estivesse sentado, o clima no auditório era de intensidade. O grupo fez um espetáculo para os ouvidos, sem deixar os olhos carentes: cada integrante tinha uma performance singular seduzindo os ali presentes.
Vou tentar colocar o link da música que me extasiou, com a introdução de Vitor Araújo no piano (ele é bem baixinho, eu vi de perto hehe) - reparem como é impressionante o cara tocando. O mais pirado disparado é o Jack mesmo. O final das músicas era quase sempre um caos, o que dá a impressão de improviso, mas me disseram que é ensaiado mesmo hehe.

De volta à Taubaté, fui ao Teatro Metrópole assistir a shows intencionados a angariar fundos para ajudar na reconstrução de São Luiz do Paraitinga. Me atrasei ihihi, mas cheguei a tempo de pegar o show inteiro, porém curto, da banda Os Ilhonas. O grupo chegou a fim de acabar com a mansidão do samba do Maroca (banda que os antecedeu) e do antigo disco (Pop Gran Circo Afro Brasil, 2006). O disco de estréia da banda - que até então era um trio de basicamente vozes e violão (Toninho Matos, Teteco dos Anjos e João Mauro) chamado Cantautores de Ilhona - em nada se assemelha ao novo, senão na qualidade da poesia de Toninho e Teo. O contraste do samba do Pop Gran com o novo álbum (que nem me arrisco a tentar definir) é gritante, fator que tem dividido opiniões. A nova formação dos Ilhonas conta atualmente com Toninho Matos (voz e violão), Teteco dos Anjos (voz, violão e percussão), Ariella (voz, violão e guitarra), João Ambrogi (guitarra, violão), Tiago Aguiar (contra baixo), Juliano (bateria) e o mais recente ilhona, Feijão (trombone), e se reconstrói com a benção do senhor Caetano Veloso, amigo e prestigiador da banda. A gravação do cd foi finalizada hoje, o que significa que logo menos estaremos com o produto em mãos! Oba! O show mesmo com apenas quatro músicas foi muito bom e bem diferente dos ensaios disponibilizados no youtube, contando com a energia a mais do trombone de Feijão e da performance do apreciador de holofotes, Teteco dos Anjos. Os atrasos durante o dia acarretaram em problemas no som (mal dava para ouvir a letra das músicas das bandas, pois não houve tempo para a passagem de som) e frustraram aqueles que esperavam muito mais do que quatro músicas das três últimas apresentações (Os Ilhonas, Copacabana Café e A Tropa - esse eu nem vi). Mas tá valendo. Vamos ao próximo.

Copacabana Café é, por enquanto, só um potencial de banda regional boa. São bons quando tocam o samba rock, gênero que se classificam, porém, às vezes, eles mesmos se esquecem disso e partem para um hard corezinho barato, aí não dá, né. É difícil afirmar muita coisa, pois assim como Os Ilhonas, eles tiveram tempo para tocar apenas quatro músicas, mas em duas delas eles decepcionaram. Há ainda bastante imaturidade no som, na performance e na letra. A cantora, Rita Oliva, assumidamente nervosa, acabou por se destoar do restante do grupo, arriscando apenas umas caras e bocas. Falta-lhe ainda um pouco de personalidade em sua voz. Mas arrisco dizer que estão num caminho certo. O myspace, bastante diferente do que foi o show, me lembra muito Mombojó. Os vídeos que deixaram disponíveis no espaço dão uma ideia melhor da apresentação de domingo.


*e não é que deu certo esse negócio de hiperlink? uhuhu que beleza hehe

sábado, 16 de janeiro de 2010

Quanto tempo levo de São José dos Campos até Jundiaí?

A próxima edição da Virada Cultural Paulista, versão estadual do evento feito semanas antes na capital de São Paulo, poderá agregar a norte-americana Cat Power, o franco-espanhol Manu Chao e o francês Yann Tiersen no line-up.
Os três artistas, todos com passagens prévias no Brasil, tocariam em shows gratuitos, conforme ideia-base do encontro cultural de 24 horas seguidas - que este ano ocorrerá entre os dias 22 e 23 de maio. A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Cat Power, que na época do show terá feito um ano desde sua última apresentação no estado, tocará em São José dos Campos, às 17h do dia 22, um sábado, e no mesmo dia em Jundiaí, às 22h30, confirmou a Secretaria Estadual de Cultura ao portal IG.


http://www.rollingstone.com.br/secoes/novas/noticias/cat-power-tocara-de-graca-na-virada-cultural-paulista/

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Linda, linda...

As ruas estreitas espreitam
As minhas, as suas andanças
No trânsito louco, na troca dos roucos, bate-boca
No leito da rua, tão nuas e cruas tem duas crianças
E a gente se engana com tristes e ocas palavras tortas

Por favor entenda que eu quero viver em paz
Mas não sou capaz de viver sem você, meu amor

Você é bonita quando grita e quando faz silêncio
Já não me aguento ficar um minuto sem a sua fala
Mas, se for um insulto, cale a boca de toda palavra louca, cala
Porque é mau o efeito que causa esse seu grito
Por favor antes que essa peça trágica vire mágica, pantomima
Me leve hoje pro seu quarto, que a gente se rima

Pantomima - Cantautores de Ilhona
(Toninho Matos/Dirceu Setti)

E não me interessa se vc já está cansado de LH

Bloco do Eu Sozinho canta o fim do baile, o nascer do dia, as pessoas acordando ainda meio bêbadas, entre fantasias rasgadas, garrafas derrubadas pelo chão, confete e serpentina desbotados pela mistura indecifrável de líquidos espalhados pelo chão. Canta para os vários solitários que atravessaram a noite inteira entre flertes e sorrisos e acabaram sem par como vieram. Mas agora eles estão amarrotados, suados, usados, borrados. O final de um baile de carnaval sempre vem mostrar para cada um de nós quem realmente somos. A fantasia cai tão pesada quanto a realidade que, indefectivelmente, é triste.

Até eu não lembro a última vez que botei Los Hermanos pra ouvir, mas achei isso bonito.