segunda-feira, 20 de abril de 2009

"When the bottle gets empty...

... then life ain't worth the drown"


Chan Marshall stops time. She sits at a piano or lays her guitar across her lap, and whether it’s a noisy club overflowing with drunks or a coffee house full of laptoppers, Chan Marshall draws all the attention in the room and makes the world stop spinning. As Cat Power, Marshall’s music seems to rise from nowhere, envelop the room, then vanish; listeners know they’ve been hit by something but they’re not sure what.

http://www.matadorrecords.com/cat_power/biography.html

ao som de: Free - Cat Power

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Quem quer ser um milionário...

É isso aí:

O filme de Danny Boyle tem traços de extremo realismo, quase insuportáveis de ver, dentro de uma trama absolutamente implausível, e por cima disso vem uma calda de caramelo capaz de envergonhar qualquer novela mexicana. Implausível todo o interrogatório a que é submetido o personagem principal, por exemplo, na véspera de sua aparição decisiva num programa de perguntas e respostas da TV. Se quisessem tirar-lhe o prêmio, haveria maneiras mais fáceis do que tentar extrair dele uma confissão sob tortura numa delegacia de Bombaim.

Mais bizarro é o epílogo triunfal do filme, que imagino obedecer a alguma convenção de Bollywood: mocinho e mocinha, numa estação de trem, dançando uma espécie de “disco music” no estilo John Travolta; como conciliar isso com as realidades miseráveis, dramáticas, seríssimas, apresentadas no início? Será que, como nos programas de auditório, no fundo nada é para valer?

A implausibilidade de tudo tem, quem sabe, até um fundo religioso. Os mais inacreditáveis lances de sorte e de azar do filme no fim terminam explicados, no canto da tela, pela reprodução de uma frase várias vezes repetida pelo personagem: “era esse o meu destino”; algo como “estava escrito”, “maktub”. Ora bolas. Estava escrito, sim, mas por um roteirista de terceira categoria.


Desabafo de Marcelo Coelho.